Sonia Junqueira 
O peixinho perdeu o inho 

A proposta desses textos é oferecer ao leitor na faixa dos 5 aos 6 anos (leitura acompanhada) e dos 7 aos 9 anos (leitura independente) histórias divertidas, com toques surreais, em que o lúdico é a tônica.

Nelas, palavras, sílabas e letras são personagens, na medida em que ‘constroem’ ações e seres (animados e inanimados) e conduzem o eixo narrativo. Resultado de uma grande paixão pelas palavras, a intenção foi, justamente, louvá-las e ‘dar voz’ a elas de um jeito livre, no ritmo e no estilo da imaginação desenfreada das crianças. Mostrar que palavras são vivas, se formam, se transformam e podem gerar e criar vidas (aí incluídas as histórias). A ideia também era trazer, nas ilustrações, uma ‘pegada’ de desenho animado no estilo meio psicodélico característico da contracultura dos anos 1960-70, que transcendeu fronteiras e se tornou cult e superpop. O resultado é uma notável simbiose entre texto e ilustração. Tudo muito ‘concreto’, tanto uma conversa entre humanos e animais como entre um humano e/ou um animal e uma sílaba ou um sufixo, por exemplo.

Em função disso, nessas histórias tudo pode acontecer, e geralmente acontece. Humor, maluquices, soluções inesperadas, reviravoltas, sustos e surpresas e, muitas vezes, um toque de poesia criam um universo mágico de nonsense no qual a criançada mergulha sem medo, especialista que é em inventar e criar sem limites e sem restrições.

O peixinho perdeu o inho, com sufixos e aumentativos.

Об авторе

Sonia Junqueira — Nasci em 1945, em Três Corações, no sul de Minas, e passei toda a infância lá, em casa com quintal, subindo em árvores, correndo atrás de galinhas, brincando na rua e aprontando, ‘fazendo arte’, como diziam. Eu era muito arteira e um tanto destrambelhada, por isso estava sempre inventando novos jeitos de ‘aprontar’.

Inventar é uma das coisas que mais gosto de fazer, além de ler, de ficar à toa imaginando coisas, de comer coisas gostosas, andar descalça na chuva, brincar com gatos e com a Manuela, Davi e Helena, meus sobrinhos-netos, estar com meus amigos… E gosto muito de trabalhar, também, pois trabalho com livros, e isso é muito bom. Pensando bem, qualquer coisa com livros é uma arte das boas, uma aprontação muito ótima!

Cláudia Scatamacchia — Sou brasileira, paulistana, filha de uma professora e um arquiteto e neta de italianos, um escultor, um sapateiro e duas costureiras. Com eles aprendi a amar a natureza e as artes, a música, a dança e o desenho, meu talento natural e minha paixão desde pequenina. Na adolescência, tive aulas de pintura com o pintor Takaoka: foi um profundo aprendizado de vida, respeito e humildade. Em seguida, terminei meus estudos na faculdade de artes FAAP, no período noturno do curso de Comunicação Visual. Nessa época, iniciei minha vida profissional no jornalismo como assistente de arte e ilustradora de revistas, e isso durou até meados dos anos 1980, quando o computador dominou a imprensa e eliminou as artes em papel.

A partir de então, passei a ilustrar livros infantis e juvenis com imenso prazer, o que faço até hoje.